Ao ouvir as notícias e comentários políticos diariamente, constato, sempre, com consternação, revolta e indignação, que o que está em jogo é um mundo conduzido de forma profundamente perversa, onde o que menos importa parece ser a Vida mesmo! Das pessoas, dos animais, das plantas, do planeta! Não há ética em nada que é feito, com interesses pessoais e espúrios a predominar em todas as esferas políticas, especialmente no Estado e no Município do Rio de Janeiro. Praxis e ética devem ser sempre inseparáveis.
Em seu livro intitulado “Suicídio” Cassorla (2017, Blucher Editora) aborda sociedades suicidas em uma análise que me pareceu muito interessante. O autor assinala que, com a extinção de grandes impérios, antigas nações imperiais se readaptaram de forma que continuaram a dominar outras nações de forma mais sutil e eficiente, por meio de domínio financeiro e científico e/ou corrompendo pessoas influentes nos países dominados. Afirma que numa nação como o Brasil (entre outras), observa-se a existência de componentes autodestrutivos intensos. Em raríssimos momentos de sua história houve lideranças que lutaram por justiça social e desenvolvimento pleno da cidadania. Em tais condições, tem sido rotina o extermínio da vida e o suicídio parcial do país, através do suicídio de tomada de consciência dos direitos sociais por meio de um sistema educacional alienante, de uma rede de desinformação, de cultura consumista e desonestidade de par com um sistema propício à manutenção de injustiças e da impunidade. Uma sociedade em que seus cidadãos – enganados vilipendiados, desrespeitados, explorados, tratados com desdém e deboche, acrescento eu – não têm perspectiva, especialmente os jovens, está cometendo “suicídio”. O que mais me choca é o deboche total, de tudo e de todos. Estamos a viver um momento extremamente perigoso em nosso país, para o nosso país.
Vigiar e cuidar, mais difícil ainda em tempos de pandemia…